Aos Amigos, Colegas, e funcionários da SMS/SPA
“O perdão é uma virtude, complexa e revolucionária, maior que o amor ao próximo, porque, supõe o esquecimento, a base deste gesto”. Perdoar é um convite à amnésia, um esforço sobrenatural de compreensão e humildade. Às vezes, pedir perdão significa legitimar um ato imoral. Há duas maneiras de entender o perdão: primeiro como ato de contrição, quando tomamos consciência de algum ato desabonador que cometemos e, no mesmo instante que fazemos nossa revisão pessoal, sem outra testemunha que não seja nossa própria consciência; Segundo, quando alguém nos procura e verbaliza seu arrependimento, porque já não consegue conviver com o peso do seu erro. No primeiro caso, podemos aprender a conviver com o nosso erro, com o malfeito praticado. Todos os perdões implicam em consciência plena, capaz de contemplar a si mesmo, objetivamente, superando o que fomos para viver o que seremos. No segundo caso, se roga o perdão, por não conseguir viver mais com um peso na alma, com o passo em falso, com o ruído no meio da noite, e se implora a leveza do perdão, para suportar o peso da culpa por tudo que se fez sofrer, o perdão é um ato radical
A metáfora da primeira pedra que Jesus, sabiamente, reivindicou, nos revela uma condição humana. Atire a primeira pedra, quem se considerar capaz de fazê-lo? Quem se julgar isento de culpa, erro, e de falhas, não é humano. Atirar a pedra na condição de executor de uma sentença sem juiz, sem processo, apenas seguindo a perversão, condena mais do que supõe à vítima da pedrada. Quem atira a primeira pedra absolve a vítima de pedrada, porque ninguém pode, em são juízo, poderá supor-se suficientemente isento para executar uma pena sem o devido processo legal, exceto se for um animal bípede. O pedido de perdão, precisa de lucidez e de humildade. Quem se dispõe a perdoar precisa renunciar à vingança, porque vai assistir ao espetáculo do outro ser humilhando, rastejando no pó do arrependimento. Precisa de lucidez para não julgar-se o maior dos homens a cujos pés estão os arrependidos. Mas, precisa também saber que o esquecimento, que o perdão evocado, não pode ser absoluto; precisa saber que o mal engendra o mal e o perdão sem limites o estimula. Como suportar a sinceridade de quem tanto caluniou, intrigou, feriu, humilhou e que, agora, no ato de pedir perdão, revela- se superior ao nosso ódio, melhor seria não ter de pedir perdão e viver cada um com sua culpa. Afinal, o perdão é para nos honrar? Ou para que se possa, afinal, ter uma boa noite de sono? Por isso, o perdão é um gesto que necessita de um pouco de irresponsabilidade para que possamos aceitar todo mal que nos fizeram, como se nunca tivesse acontecido.
Mariza de Freitas e Vanda
Concordo plenamenta com as duas amigas da Enfermagem,e completo dizendo que Não há mal que sempre dure,nem bem que se eternize.
ResponderExcluirDizer que sei o tamanho da injustiça que sofreram,mas a justiça de DEUS é implacável desta ninguem escapa,seus algozes pagarão
ResponderExcluir