Mariana Ricci (*)
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DESPERTAR
Cidade parada, cidadãos no sinal vermelho. Serviços básicos não funcionam. Vida estagnada, nada sai do lugar, tudo se move cada vez mais lentamente. Quem tem, tem muito. Quem tem pouco, tem nada.
Mas a vida segue. Cada um com suas obrigações, com seus afazeres diários, com suas responsabilidades que não os deixam enlouquecer. Que não deixam de se repetir depois da quarta-feira de cinzas.
A vida segue. Terremotos mudam o eixo da terra. Mas aqui, tudo parece girar sempre no mesmo ritmo. Dez ou nenhum centímetro diferente do normal. As avenidas mudam e nenhuma história é escrita. Enquanto ela é levada pelas máquinas amarelas, os bancos ficam cada vez mais cheios. E ao final da cada mês a filas aumentam; aumentam de pessoas sedentas pelo pouco que ali tem. Na fila com medo de não encontrarem nada no mês que vem.
Na cidade para alguns cidadãos, o funcionário é mais um escravo. O diploma é apenas um papel nas mãos de pessoas que não sabem valorizar quem tem capacidade. Mas muitos que poderiam ter voz mais ativa calam-se diante da pressão. Seja ela de morte, de cadeia, de censura, de vergonha, ou do justificável medo de não terem comida no prato para a família no outro mês.
Sendo assim, você vê diariamente as mesmas tramoias decifradas em atos repetitivos; as mesmas que são roubadas da sabedoria do cidadão
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